Dólar tem leve queda e fecha a R$
5,19 com Fed e PEC da Transição
Bolsa de valores cai 1,39% após duas altas seguidas
Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil* – Brasília
A desaceleração da inflação nos Estados Unidos e a Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) da Transição fizeram o dólar iniciar dezembro praticamente
estável. No mercado de ações, o clima foi mais pessimista, com a bolsa de
valores caindo pela primeira vez após duas altas consecutivas.
O dólar comercial encerrou na quinta-feira (1o) vendido a R$ 5,197, com recuo de
apenas 0,09%. A cotação teve um dia volátil, alternando altas e baixas. Na
máxima do dia, por volta das 9h30, chegou a encostar em R$ 5,22. Na mínima do
dia, perto das 12h, bateu em R$ 5,16.
O mercado de ações teve um dia de perdas. O índice Ibovespa, da B3, fechou
aos 110.926 pontos, com queda de 1,39%. As principais quedas ocorreram nas
ações de empresas ligadas ao consumo, influenciadas pela desaceleração da
economia.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno
Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) cresceu 0,4% no
terceiro trimestre e acumula expansão de 3,6% em relação ao mesmo período de
- Apesar de o desempenho ter ficado acima da expectativa, o indicador
mostra desaceleração econômica, provocada principalmente pelos aumentos na
taxa Selic (juros básicos da economia), que saltou de 2% ao ano em março de
2021 para 13,75% ao ano atualmente.
Além da divulgação do PIB, o mercado doméstico foi influenciado pelas
negociações em torno da PEC da Transição. O texto, que obteve o número
mínimo de assinaturas na terça-feira (29) para tramitar no Senado, deverá ser
negociado, com a possibilidade de redução do montante fora do teto de gastos e
com a excepcionalidade sendo limitada a dois anos. Atualmente, a PEC prevê a
retirada de até R$ 198 bilhões do teto por quatro anos.
No exterior, o dólar caiu perante as principais moedas do planeta após a
divulgação de que a inflação ao consumidor nos Estados Unidos caiu para 0,3%
em outubro. O número aumenta a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed,
Banco Central norte-americano) reduza o ritmo de elevação dos juros já na
reunião de dezembro.
Nas últimas quatro reuniões, o Fed elevou os juros básicos em 0,75 ponto a cada
encontro. Ontem (30), o presidente do órgão, Jerome Powell, tinha indicado que a
autoridade monetária norte-americana poderia reduzir o tamanho dos ajustes
neste mês. Altas menores dos juros de economias avançadas favorecem países
emergentes, como o Brasil.
*Com informações da Reuters