Saúde Pesquisadores desenvolvem esponja intravaginal para tratar candidíase

 

Tratamento pode ser mais confortável e eficaz

Flávia Albuquerque – Repórter da Agência Brasil – São Paulo

Um grupo de pesquisadores do Departamento de Química da
Universidade Federal de São Carlos (DQ-UFSCar) desenvolveu uma nova
maneira para tratar a candidíase vulvovaginal, uma das infecções genitais
femininas mais prevalentes que existem. Causada por fungos, provoca
sintomas incômodos, como ardência, coceira, inchaço, vermelhidão e
corrimento vaginal branco e espesso, a doença afeta três quartos das
mulheres em pelo menos um momento de suas vidas.

Como os tratamentos disponíveis nem sempre são confortáveis, já que
incluem cremes e supositórios intravaginais de difícil aplicação e podendo
ter a eficácia comprometida por eventuais atrasos no horário de
aplicação, o grupo criou uma esponja biodegradável feita de quitosana
que libera o medicamento no organismo lentamente. Assim, o tratamento
pode ser mais confortável e eficaz.

De acordo com a pesquisadora do Departamento de Química da UFSCar
(DQ-UFSCar) e primeira autora do estudo, Fiama Martins, os testes, que
foram feitos junto com pesquisadores da Universidades do Porto
(Portugal), mostraram que a esponja de quitosana, que é um bio polímero
natural, biodegradável e poroso, é capaz de absorver os líquidos.

“Então, na perspectiva de uma aplicação no canal vaginal essa esponja
será capaz de interagir com o ambiente e com o fluido vaginal absorvendo
esse líquido e favorecendo a liberação de antifúngicos presentes nessa
esponja”, explicou.

O grupo encapsulou o clotrimazol, um fármaco comercial amplamente
usado no tratamento candidíase na forma de gel e creme. “Nos nossos
resultados da aplicação in vitro nós obtivemos resultados bastante
positivos e não houve diferença entre usar o fármaco puro e usar o
fármaco na esponja”, disse Fiama.

Ela reforçou que com a esponja, o medicamento acaba formando uma
película gelatinosa que adere nas paredes vaginais, ficando retida por mais
tempo e aumentando a eficácia do tratamento. “Os cremes normalmente,
acabam descendo e são removidos pela própria força da gravidade. Com a
esponja o medicamento permanece mais tempo no canal vaginal”,
afirmou.

Próximo passo é o estudo clínico desse material e, não há previsão para a
introdução do produto no mercado, disse pesquisadora.

O artigo Chitosan-based sponges containing clotrimazole for the topical
management of vulvovaginal candidiasis pode ser lido no site.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *